O que eu costumo sempre dizer é que dentro de “hidrocefalia” na verdade temos várias “hidrocefalias”, são varias causas, vários graus de gravidade e consequentemente vários prognósticos diferentes. Para cada caso, um neurocirurgião pediátrico poderá esclarecer aos pais o que devemos esperar daquela hidrocefalia especificamente.
A maioria das crianças que fazem cirurgia para hidrocefalia tem grande probabilidade segundo trabalhos científicos de precisar de pelo menos mais 1 cirurgia para consertar ou alterar o sistema de derivação ao longo da vida, e muitas crianças precisam de várias cirurgias. A razão para isso é porque o sistema de derivação pode falhar por vários motivos, e as comunicações endoscópicas também podem se fechar ao longo dos anos. Por isso é tão importante manter o acompanhamento com o seu neurocirurgião de confiança.
De forma geral, problemas que podem acontecer em crianças tratadas para hidrocefalia incluem:
- Problema com a válvula - válvulas às vezes são infectadas por bactérias ou simplesmente param de funcionar. Se isso acontecer, a criança pode ficar doente de repente. Os sintomas podem incluir febre, dor de cabeça ou vômito. Se estes sintomas se desenvolverem, a criança deve consultar um médico imediatamente.
- Convulsões - convulsões são ondas de atividade elétrica anormal no cérebro. A criança pode ter movimentos bruscos, ficar rígida, parar de responder e ficar olhando por alguns segundos, ou desmaiar. Se uma criança começa a ter convulsões, ele deve consultar um médico imediatamente.
- Atrasos no desenvolvimento - Algumas crianças com hidrocefalia apresentam atrasos no desenvolvimento e problemas de aprendizado. Eles podem não alcançar certos marcos (como aprender a sentar, andar e falar) com a idade que a maioria das crianças faz ou simplesmente não alcanças estes marcos. Em algumas crianças a dificuldade de aprendizado pode se refletir em dificuldades escolares.
- Problemas motores – pode haver dificuldades/sequelas motoras como espasticidade (membros rígidos), fraqueza e dificuldades de equilíbrio.
Converse sempre com o neurocirurgião que acompanha seu filho para tirar suas dúvidas especificamente sobre o quadro dele e o que pode ser feito para superar as dificuldades que a doença possa trazer.